Introdução sobre sangue:
Existem situações em que um indivíduo pode perder uma quantidade expressiva de sangue: Grandes cirurgias ou acidentes graves, por exemplo. Nessas ocasiões, é necessário restabelecer rapidamente a quantidade normal de sangue, pois ficam prejudicadas as várias funções que esse tecido desempenha em nosso corpo. O procedimento usual, nesses casos, é a realização de uma transfusão sanguínea.
Até que essa técnica fosse desenvolvida, no entanto, a medicina lançou mão de diferentes tentativas para salvar as vidas humanas ameaçadas por grandes hemorragias.
Vejamos alguns casos curiosos: por volta do século XVII, houve tentativas de transfusões de sangue de animais para seres humanos. Já no final do século XIX, médicos norte-americanos tentaram substituir o sangue por leite de vaca em transfusões para humanos. Como podemos imaginar, nenhuma dessas tentativas obteve sucesso.
Em 1900, o médico austríaco Karl Landsteiner, ao misturar sobre laminas de vidro gotas de sangue humano de diferentes indivíduos, observou que em alguns casos ocorria aglutinação das hemácias, isto é, elas aderiam umas nas outras. Isto, sabemos hoje, era devido a um processo de reação entre antígeno e anticorpo. Em outros casos, Landsteiner não observava a aglutinação. Compreendeu-se, assim, que nas transfusões malsucedidas, as hemácias do doador se aglutinavam nos capilares do receptor, o que podia levar o receptor à morte.
Dessa forma, ficou clara a ideia da variabilidade dos tipos sanguíneos e da necessidade de compatibilidade entre doador e receptor para que as transfusões fossem bem-sucedidas. Em outras palavras, é necessário que haja certo grau de identidade na composição dos elementos do sangue (plasma e células sanguíneas) desses dois indivíduos, conforme figura 1.0 é possível identificar a composição do sangue após a centrifugação de seus componentes.
Figura 1.0 – Composição do sangue antes e após a centrifugação.
Os elementos eritrócitos ou hemácias (glóbulos vermelhos), Leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas (trombócitos), são constantemente renovados, pois possuem um tempo de vida curto, essa renovação ocorre por meio de uma linhagem celular precursora (hematocitoblastos ou células- tronco hematopoiéticas) que são células indiferenciadas e possuem a capacidade de se diferenciar em qualquer um dos tipos de células sanguíneas. Os hemocitoblastos estão localizados no tecido hematopoiético denominado mieloide ou medula óssea. Além desses elementos o sangue também é constituído por uma substancia intercelular líquida conhecida como plasma. O volume total de sangue do corpo de um indivíduo adulto do sexo masculino de 70 Kg é de , aproximadamente, 5,5 litros. O sangue contribui de forma significativa para a manutenção do equilíbrio interno, assegurando um atividade metabólica equilibrada nos diversos órgãos que constituem o organismo, onde as principais funções do sangue são:
Transporte de nutriente, gases respiratórios, hormônios e resíduos celulares;
Defesa do organismo contra microrganismos invasores;
Termorregulação, distribuindo de maneira uniforme o calor pelas células;
Equilíbrio hídrico e iônico, que possibilita o equilíbrio de água e sais nos tecidos corporais.
Componentes sanguíneos correspondem em: plasma (55% do volume sanguíneo), células sanguíneas brancas (<1% do volume sanguíneo), células vermelhas (eritrócitos)(~45% do volume sanguíneo).
Sendo assim, a noção de que existem diferentes grupos sanguíneos, determinados geneticamente, um dos temas que discutiremos nas próximas aulas.
Explicação da aula:
Temos aqui um tubo de ensaio onde contem sague humano num formato homogêneo com todos seus constituintes bem diluídos;
Após será efetuado a centrifugação em alta rotação para separar os produtos constituintes do sangue;
É possível visualizar nesta primeira parte com uma cor amarela o plasma que constitui 55% do volume sanguíneo, ressaltando que o sangue é composto de 90% de H2O.
Nessa segunda parte como se fosse um anel branco as células sanguíneas brancas corresponde < 1% do volume sanguíneo.
Nesta ultima parte são células sanguíneas vermelhas que corresponde 45% do volume sanguíneo.
Sistema ABO de Grupos sanguíneos.
Na espécie humana existem quatro grupos sanguíneos do sistema ABO, relacionados a presença de certos antígenos na membrana dos glóbulos vermelhos: Pessoas do grupo:
Grupo A apresentam um antígeno chamado de aglutinogênio A ( geno = que gera);
Grupo B, o antígeno aglutinogênio B;
Grupo AB, apresenta os dois antígenos aglutinogênio A e B;
Grupo O, não apresenta nenhum dos antígenos.
Esses antígenos são glicoproteínas e sua presença é controlada por uma série de três genes alelos localizados no par do cromossomo 9.
O gene A ou IA determina a formação do aglutinogênio A;
O gene B ou IB determina a formação do aglutinogênio B;
O gene O ou i não forma essas substancias (a letra I vem de isoaglutinação, que é a aglutinação ocorrida na transfusão de sangue de indivíduos da mesma espécie).
Os genes IA ou IB são dominantes em relação a i:
Por isso pessoas de genótipo IA IA e IAi apresentam o aglutinogênio A;
Pessoas de genótipos IB IB ou IBi apresentam o aglutinogênio B;
Os indivíduos ii não possuem nenhum aglutinogênio. Entre os genes IA ou IB há codominância, assim cada um fornece o seu efeito e aparecem as duas substancias.
Além dos aglutinogênios nas hemácias, podem ser encontrados no plasma anticorpos contra esses aglutinogênios, chamados aglutininas. O termo aglutinina é usado para indicar que esses anticorpos provocam a aglutinação das hemácias.
Desse modo, os anticorpos impedem que as hemácias ou outros organismos invasores se espalhem no organismo, auxiliando no processo de fagocitose pelos glóbulos.
A formação dos anticorpos começa logo após o nascimento por causa da contaminação natural por bactérias que possuem glicoproteínas semelhantes aos aglutinogênios A e B.
Assim, o organismo de uma criança:
Grupo A aglutininas anti-B (ou β, figura 2.0);
Grupo B aglutininas anti-A (ou α, figura 2.0);
Grupo O forma as duas aglutininas, uma vez que os dois antígenos bacterianos (A e B) são estranhos ao seu patrimônio químico;
Grupo AB (com os dois antígenos) não estranha à presença dos antígenos bacterianos e não formam aglutininas.
Figura 2.0 – Os quatro grupos do sistema sanguíneo ABO, suas características e um exemplo de aglutinação.
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Plasma - parte líquida e amarelada que corresponde 55% do volume total do sangue. A substância intercelular do conteúdo plasmático é constituída basicamente por H2O 90%, nela se dissolvem proteínas (7%), sais minerais (1%) e vários compostos, como amino ácidos graxos, glicose hormônios, vitaminas etc.
Células brancas - Leucócitos (glóbulos brancos) são células maiores e menos numerosas que as hemácias e vive de 6 a 8 dias, a função é a defesa do organismo no combate aos agentes patogênicos que podem provocar doenças e processos alérgicos. Onde este processo orgânico ocorre de 2 maneiras Fagocitose e produção de anticorpos.
Existem 2 principais categorias:
Granulócitos que contem grânulos citoplasmáticos ( neutrófilos, eosinófilos e basófilo);
Agranulócitos que não possuem grânulos (linfócitos e monócitos)
Essas granulações correspondem aos lisossomos e fragmentos lisossômicos que contem importantes enzimas digestivas para eliminação de agentes invasores;
Classificação dos leucócitos:
Basófilos – liberam heparina (anticoagulante) e histamina (substancia vasodilatadora secretada nos processos alérgicos);
Eosinófilos – fagocitam antígenos específicos nas doenças alérgicas ou parasitárias;
Neutrófilos – primeira linha de defesa celular, fagocitam agentes estranhos (patógenos) ao organismo;
Linfócitos – responsáveis pelas respostas imunitárias. Então relacionadas á imunidade, por meio da produção de anticorpos;
Monócitos diferenciam-se em macrófagos (nos linfonodos) para fagocitar agentes estranhos (patógenos) ao organismo;
Leucopenia ocorre quando a diminuição exagerada do numero de leucócitos, caracteriza sistema imunológico deprimido, podendo apresentar mais doenças, já o aumento de leucócitos chama-se Leucocitose e pode indicar processo infeccioso ou alérgico. Um aumento excessivo do número de leucócitos pode indicar leucemia.
Células vermelhas – Eritrócitos ou hemácias (glóbulos vermelhos) apresentam-se anucleados nos mamíferos, a ausência do núcleo e o formato de disco bicôncavo facilitam a execução de sua função, isto é, o transporte de gases respiratórios. No interior dos eritrócitos existem moléculas de hemoglobina responsável pelo transporte.
Quando o número normal médio de eritrócitos (e de moléculas de hemoglobina) diminui ocorre a anemia. Já o aumento de eritrócitos ocasiona a policitemia (poliglobulia), o aumento ocorre principalmente em regiões de altitude elevada, onde o ar é rarefeito e o teor de oxigênio é reduzido, o que estimula o organismo a produzir mais eritrócitos na tentativa de compensar a menor concentração de oxigênio.
Transporte de nutrientes, gases respiratórios, hormônios e resíduos celulares;
Defesa do organismo contra os micro organismos invasores;
Termorregulação, distribuindo de maneira uniforme o calor pelas células;
Equilíbrio hídrico e iônico, que possibilita o equilíbrio de água e sais nos tecidos corporais;
Ao misturar sobre lâminas de vidro gotas de sangue humanos de diferentes indivíduos, observou que em alguns casos ocorria aglutinação
das hemácias ou seja aderiam umas ás outras, isto hoje sabemos que era devido a um processo de ração entre antígeno e anticorpo.
Compreendeu assim que as transfusões mal sucedidas, as hemácias do doador se aglutinavam nos capilares do receptor, podendo levar a morte.
Variabilidade de tipos sanguíneos a necessidade de compatibilidade entre doador e receptor para as transfusões fossem bem-sucedidas, havendo necessidade de que haja certo grau de identidade na composição dos elementos do sangue (plasma e células sanguíneas) entre os indivíduos.
Antígeno – substancia estranha ao organismo, geralmente de natureza proteica ou polissacarídea; provoca uma reação de defesa no organismo incluindo a produção de anticorpo específico.
Aglutinogênio – Antígeno existente na membrana das hemácias uma vez presente anticorpo corresponde, ocorre aglutinação das hemácias.
Aglutinina – Anticorpo existente no plasma sanguíneo e que reage com os antígenos de hemácias estranhas, causando a aglutinação dessas hemácias.
Aglutinação – Genericamente, situação em que vários objetos se grudam uns aos outros. No caso dos grupos sanguíneos, há aglutinação de hemácias quando são misturados sangues de tipos diferentes.
O sangue O só é doador universal se for Rh negativo
O sangue AB só é receptor universal se for Rh positivo.
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